segunda-feira, 18 de maio de 2009

nota introdutória ao terceiro número da revista

De todas as formas de violência o silêncio é talvez a mais perfeita, e a escrita também aprende a servir-se disso.
Há em toda a criação um grito que se insurge como uma forma de resistência, ainda que não consiga mais do que inscrever um intervalo digno no silêncio que arrasta a maior parte dos dias.
Escreve pelas razões que te apareçam, ou na falta delas; pelo gosto que sentes nisso, ou mesmo por desgosto; pelo ritmo que se ergue a cada linha, ou na arritmia que te consome. Continua. Do fogo às cinzas a criatura irá inventar-se de novo as vezes que quiser, antes de deixar um eco – uma promessa de contágio.