terça-feira, 22 de janeiro de 2008

penso lua

penso lua e escrevo algo aleatório
na superfície do espelho.
estou nua e estou com pressa
porque no interior da carne
reside a lascívia do teu nome
e o espelho deixa-me naufragar
nos devaneios
da tua memória húmida.
escrevo porque escrever-te
é conduzir cada som à sua origem
de lábios e de mar
num sôfrego silêncio,
num caderno de crimes,
onde verto a minha pele quente
na superfície gelada do meu reflexo.

Sara F. Costa