terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Minha Ninfa Dourada

enquanto te percorro toda a sinuosidade
finges percorrer a pólvora da memória,
finges cobrir o voluptuoso decote
com o asfalto das horas.
e desprezar a cal da tua pele deliciosa
com os pensamentos ancorados
às pálpebras da noite.

mas acabamos sempre juntas
apreciando o cheiro gelado da madrugada
enquanto o incêndio do meu corpo
te raspa a pele
e as minhas mãos nos teus seios
e as tuas mãos nos meus seios
são conchas nocturnas
que transpiram a seda do mar.

o néctar dos teus lábios
invade-me a carne com sussurros
de luz
e a penetração da tua língua
desperta as aves oceânicas
que nos protegem da embriaguez da criação.

Sara F. Costa