quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

era como se sentíssemos tudo tão pequeno e nas franjas do medo,
cobríamos as mãos.
dizíamos, aquecendo,
lembrar-nos-emos de novo como se manipulam os dedos pelo frio.

cabia aqui um pequeno animal acesso de outono,
hibernando no tempo que demoramos a ter.
sim,
podíamos adormecer e deixar cair os braços como rios.
e se nos largássemos ainda mais, encontrar-nos-iamos em mar alto como náufragos.

e tudo seria maior, imenso, para dentro do nosso hálito
desbravado pelo sal.

para sempre.

Nuno Araújo