Expresso Actual
06 Dez 2008
CRIATURA, Nº2
(3 estrelas)
Núcleo Autónomo Calíope da Fac. de Direito de Lisboa, 2008, 176 págs., 11€
(ATENÇÃO - a criatura nº2 custa 9€ e não 11€ como diz o artigo)
REVISTA de Poesia, só poesia, por um colectivo que se agita.
(3 estrelas)
Núcleo Autónomo Calíope da Fac. de Direito de Lisboa, 2008, 176 págs., 11€
(ATENÇÃO - a criatura nº2 custa 9€ e não 11€ como diz o artigo)
REVISTA de Poesia, só poesia, por um colectivo que se agita.
por António Guerreiro
O PRIMEIRO número desta revista teve direito a uma recepção atenciosa e, por via de um artigo no «Público» de Luís Miguel Queirós sobre a «nova poesia portuguesa», viu-se colocada num lugar central de discussão do que há de novo na poesia portuguesa.
Agora que saiu o número 2, podemos verificar que a poesia que nela se publica é bastante digna, mas, em geral, não alcança um nível que possa despertar entusiasmos. O primeiro número era, aliás, mais interessante do que este. Os contributos de Diogo Vaz Pinto e David Teles Pereira são aqui os mais sólidos, confirmando aquilo que já se delineava no número anterior. Começa assim o primeiro poema de Diogo Vaz Pinto, reenviando obviamente para Cesário: «Ao entardecer as ruas deixam-se atingir/ pelo que quiseres. Compassivas, legendadas/ para um ameno português, enredam-se/ e vão falindo pelas linhas tortas/ de uma subserviência sentimental». Também em David Teles Pereira encontramos alguns momentos bastante fortes, onde percebemos que há um bom domínio das referências literárias. Nos outros (e isto é muito evidente nos poemas de Alexandre Borges e de Sérgio Lavos) temos sobretudo muito «pathos» e muita «poeticidade».