segunda-feira, 16 de junho de 2008

As mãos dormem sentadas
ao relento da casa.
os dedos cansados recolhem escombros
luz nocturna
ao relento das árvores.

não adormeças esta noite.

A lua transpira tranquilidade.
mães esperando o seu rebento
de olhos em pranto
como se todas as coisas fossem criação
quando alguém chora.

mãos suspiram
reconstroem gestos
e o fogo surge
emergente.

não adormeças esta noite.

Quando no silêncio das árvores
a mãe chora
a intimidade das raízes em sufoco
surge poética
sentada
nos recantos da casa.


Susana Miguel