chegas trazendo a morte como uma criança pela mão
atravessas os juncos enlameados pisas as gramíneas
arrumas no bolso o coração abalado sacodes o vestido branco de lã
abres o caderno vermelho e escreves o teu nome
escreves
pétala pedúnculo gineceu.
a morte ficou parada com os seus grandes olhos fitos
nas poeiras cansadas do Levante
escuta palavras omissas vozes falsas
no peito traz a planta vascular com sementes de cal
a braçada de magnólias de onde colhes o meu nome
de manhã caiem sombras, muito devagar
disse. caiem com as pétalas negras das camélias
definham com o perfume das tangerinas.
Cláudia Santos Silva